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Entrevista Fabiano Vianna (diretor)

REVISTA LAMA E FOTONOVELAS

Entrevista realizada dia 28 de outubro de 2010
Por Vagner Baldasso


Nome: Fabiano Vianna
Profissão: Diretor de arte.
Uma breve apresentação pessoal:
Fabiano Vianna. Brasileiro. Nasci em Curitiba, no único ano que nevou, em Julho de 1975. Me formei em Arquitetura e Urbanismo pela PUCPR em 2001. Atualmente curso Letras Inglês/Português na Universidade Claretiano. Trabalho como diretor de arte, designer, ilustrador e escritor. Como escritor expresso minhas histórias de realismo fantástico e suspense na forma de fotonovelas. Lancei em Outubro de 2009 uma revista de literatura pulp chamada Lama. O site da revista é o “www.revistalama.com.br”. Mantenho os sites “www.crepusculo.com.br” e “www.contosdapolpa.blogspot.com” atualizados semanalmente. Sou fã de Rubem Fonseca, Raymond Chandler, Valêncio Xavier e Dalton Trevisan. Gosto de Moleskines, HQs, fotonovelas, charutos, lambretas, gravatas e filmes noir. Não fico nem um dia sem o café tradicional das padarias do centro da cidade.

Qual sua relação com a fotonovela e motivos de trazer esse gênero para a revista LAMA?

Primeiramente o projeto era de ser uma revista apenas de fotonovela. Porque eu trabalho com fotonovelas desde 2006 no site “www.crepusculo.com.br”. Mas quando eu e minha sócia Milena Buzzetti começamos a reunir material e pesquisar gráficas, formatos etc., pensei que poderia aproveitar e convidar amigos escritores que eu conhecia para participar. E então comecei a receber contos ótimos de pessoas como Ana Paula Maia, Luiz Felipe Leprevost, Martha Argel, Giulia Moon, Assionara Souza, Gisele Pacola. Juntaram-se a eles, Daniel Gonçalves, Rodriane DL, Simone Campos e Emanuel Marques (escritor português). Pessoas que eu já admirava o trabalho. A maioria deles já caminhava pelas obscuras trilhas do pulp. Então, de revista de fotonovela, a Lama foi transformando-se em uma revista pulp, com uma abrangência maior de temas como eram as revistas pulp dos anos 30/40. Este "guarda-chuva" temático composto por ficção científica, horror, suspense e fantasia. Muitos acham loucura lançar uma revista impressa hoje em dia, numa fase onde os e-books e livros digitais estão dominando o mercado. Mas para mim, publicar literatura é fazer história. A revista impressa pode ser guardada, colecionada. Vira documento. A internet ainda não nos proporciona isso. Por enquanto. E além disso, são mídias diferentes.
Não existia ainda uma revista destinada a este tipo de literatura, dita como "subliteratura" num passado recente. Não vejo a fotonovela e/ou literatura pulp como literatura menor. O texto está presente, a narrativa é a mesma de um conto. A única diferença é que tem a participação também das imagens. O que em minha opinião torna a leitura dinâmica e rica. Reflexo de nossos tempos atuais, onde a imagem se tornou a primeira referência.
A Lama é um reflexo disso. Os contos são curtos e repletos de imagens, fotografias e grafismos. Em alguns momentos, o leitor pode "ler" através das imagens. As histórias podem ser lidas rapidamente, entre um ponto e outro do metrô.
Outra missão da Lama é revelar escritores novos que andam produzindo literatura de primeiro mundo. Queremos consolidar os gêneros policiais, terror, suspense, ficção científica e fantasia no Brasil. Isso não é mais só coisa de gringo.
A próxima já está quase pronta, devo lançar em Novembro. Teremos contos inéditos de Dalton Trevisan e Valêncio Xavier nesta edição. Entre outros!

Como foi trabalho de elaboração e edição da fotonovela?

Foi bem trabalhoso. Minha equipe cresceu, desde a época da primeira fotonovela, no site do Crepúsculo. No começo fazíamos tudo em Studio, sem cenário. Eu acrescentava as paisagens depois, no Photoshop. A partir da terceira, A Infiel, comecei a experimentar produções externas e começaram a trabalhar comigo diretor de fotografia (meu fiel parceiro, Bruno Zotto), produtoras, maquiadoras. Raquel Deliberali, Ana Paula Cardoso, Milena Buzzetti, Michele Franco. Produzir uma fotonovela para mim, hoje, é como fazer um filme. A mesma estrutura. Aluguel de equipamentos, contrato com atores, locações, etc. Desta forma fica muito mais convincente e bonito. Trabalho desde o começo com o Zotto. Com o tempo afinamos nosso ideal estético pela iluminação noir. Criamos um visual ideal para as fotonovelas. Já trabalhei com os fotógrafos Pedro Nossol, Iaskara Florenzano, Ivana Podolan e Japa Biet. E adoro o trabalho de todos eles!
Depois disso tudo ainda tem a edição da fotonovela em forma de animação, no caso para o site e em formato de papel, para a Lama. E isso é um trabalho minucioso, de escolhas de trilhas sonoras, texturas, efeitos. Escolha da estética, balões, fontes. Tudo tem que ser muito bem pensado e executado. Quando que na animação, preciso me esmerar na condução das seqüências, na versão impressa preciso me preocupar também com a resolução e a legibilidade da história.

A revista LAMA, e a fotonovela obtiveram aceitação dos leitores?

Os leitores gostam muito da fotonovela. Empolga amantes de palavras, de fotografias e HQs. Tanto que é a atração que abre a revista e leva imagem na capa. É realmente o diferencial. Por ser uma linguagem veloz e que se aproxima do cinema e histórias em quadrinhos, acho que cria um bom contraponto na revista. Muitas das vezes em que sou convidado para palestras e entrevistas é para falar da produção das fotonovelas. Tanto que desenvolvi uma oficina de fotonovela, que ministrei no Rio de Janeiro, num projeto chamado Livro@Futuro, patrocinado pela Oi! Não há este tipo de coisa sendo feito no Brasil mais. Só vejo fotografias em forma de literatura nas Graphic Novels de autores americanos como Dave Mckean. Também fui selecionado como escritor de fotonovelas eletrônicas, em uma antologia de novos autores num projeto chamado ENTER, curadoria de Heloísa Buarque de Holanda, em 2008. Foi fantástico! O site ainda está no ar, e é este aqui: “www.oinstituto.org.br/enter/”

Suas experiências com a fotonovela se deram apenas com essa revista ou já fizeste outras produções impressas ou virtuais deste gênero?

Fiz outros trabalhos, mas que não chegaram a ser impressos, infelizmente. Como um pequeno romance policial em forma de fotonovela chamado O Mistério Gorgonzola e uma fotonovela adolescente para a Revista Capricho. A fotonovela 17 e 30 já é noite em Curitiba da Lama nº1 foi minha primeira impressa.
Virtuais têm as fotonovelas do site do Crepúsculo. Atualmente no ar são três completas: O Último Cigarro, Amigo Amante e A Infiel.
Produzi também, entre uma fotonovela e outra, clipes e aberturas para programas de TV. Na mesma estética que costumo de trabalhar, de stopmotion com fotografias. E mais ou menos com a mesma equipe. Fizemos clipes para Thaís Gulin e Rodrigo Bittencourt, um trailer de livro para Ana Paula Maia, capa de livro para Ramon Mello (Vinis Mofados) e abertura para o programa Procurando Quem?, para o Canal Brasil.
Atualmente, em paralelo com a edição da Lama nº 2, trabalho num projeto de fotonovela eletrônica interativa. Acho que nunca foi feito algo igual na internet. Uma história em que o leitor poderá vasculhar detalhes, arrastar objetos e escolher ângulos e trilhas que lhe agradem para assistir a história. Usando mouse e webcam. Não será como o cinema, nem como HQ, nem como livro. Interação da internet a serviço da literatura.

Há possibilidade de uma nova edição contando ainda com fotonovela?

Claro! E já está quase pronta. A fotonovela da nº 2 chama-se Tocaia. Logo te mando a capa para começar divulgar. Está incrível! Repleta de autores e ilustradores incríveis! E muito sangue! Sangue e lodo – como sempre.
VIANNA, Fabiano. Re: Entrevista LAMA e Fotonovelas [Mensagem pessoal]. Mensagem recebida por: em 28 out. 2010

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