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Abraços, Vagner Baldasso.

Última postagem adicionada em 07/06/15.
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Fotonovelas em Experiências Pedagógicas

Escritos que fazem parte da Monografia do Curso de Artes Visuais - UPF
Acadêmico: Vagner Baldasso
Novembro de 2010

1.1  Experiência em Ambiente não Formal de Ensino


O entendimento sobre a fotonovela se expandiu ao levar uma oficina de fotografias até o Grupo “Amigos da Melhor Idade”, desenvolvendo assim a disciplina de Estágio I em espaço não formal de ensino, orientado pela Prof. Ms. Cilene Maria Potrich, em outubro de 2008.
O grupo era formado, na época, por 22 participantes,  entre homens e mulheres, que residiam em Ibiraiaras-RS, com uma média de idade de 60 anos e se encontravam para cessões de ginástica, encontro de orações e algumas visitas festivas a outros municípios.
No estágio, com cinco encontros de duas horas, foi possível desenvolver várias atividades e experiências, seguindo um eixo gerador de propostas:  a fotografia.
Dos vários exercícios realizados pode-se destacar: A visualização de fotografias da cidade de Ibiraiaras de várias décadas, observando a evolução das mesmas.
A colagem de um xerox de fotografia antiga em uma folha maior, podendo completar com desenhos ou pintura a cena fotografada, com a possibilidade de reflexão, o que foi melhorado dessa foto até hoje.
Colagem de recortes de fotografias de revistas, criando cenas ou pessoas distorcidas, desenvolvendo a fragmentação, se distanciando dos padrões comuns, inspirados em Pablo Picasso.
Teatro de improvisação, inspirados na vida dos pintores. Grupos foram formados buscando histórias de vidas próprias, sendo que a melhor de cada grupo deveria ser encenada.
No quinto e último encontro, assistiu-se um filme em desenho animado: “O Filho Pródigo” o qual foi escolhido pela realidade do grupo, constituído de pessoas identificadas com a igreja católica.
Com base no filme, foram eleitos os personagens principais, os coadjuvantes e os figurantes de forma a todos “aparecerem” na história. Alguns componentes organizaram o cenário e outros cuidaram dos figurinos, compostos de “roupas antigas” escolhidas  para esse fim, dando início elaboração da história em fotonovela.
No cenário, uma cortina branca serviu como pano de fundo para uma futura montagem. Houve atuação como monitor da atividade, fotógrafo, também “diretor”. Descrevendo o que estava no “Story board” pré-programado, dando-lhes a chance de elaborar toda a construção da cena.
Na avaliação do processo é possível dizer que o exercício foi espetacular. Todos se envolveram. Houve muita diversão, alegria e aprendizado, todos já conheciam a história e haviam assistido ao filme, por isso encenaram e incorporaram espontaneidade às cenas que iam sendo fotografadas. Muita expectativa antecedia cada cena. Figurinos, objetos e diversos atores eram envolvidos para conseguir passar credibilidade às fotos.
Importante ainda foi o trabalho em grupo, a socialização, a generosidade e o respeito mútuo.

Ilustração 28 - Bastidores da produção da fotonovela “O Filho Pródigo”.
Acervo do autor

Com as fotografias em mãos, editou-se a história, as falas e fotos, desenvolvendo o enredo. Para a ambientação foram utilizados programas de edição de imagens como o Fotoshop e o CorelDraw, com os quais pude modificou-se o fundo branco, acrescentando outras fotografias e objetos para dar maior veracidade às imagens.
Assim, o grupo adaptou a “Parábola do Filho Pródigo”, culminando na fotonovela “O Filho Pródigo” (Ilustração 29), o qual superou expectativas.

  
Ilustração 29 - Fotonovela “O Filho Pródigo”, capa e pagina 10
Acervo do autor

Após a edição foram feitas várias cópias e distribuídas aos participantes e a comunidade local. O resultado surpreendeu a todos, pois não era esperado um nível tão elevado de qualidade, devido ao pouco tempo disponível. Tanto pelas fotos, encenações, diagramação e montagens, houve encantamento por parte de todos os envolvidos. Um  exercício, antes despretensioso, se transformou em aprendizado e excelente resultado concreto.
Nesse estágio pode-se citar alguns entre vários objetivos alcançados:
· Utilizar a linguagem da fotografia como fio condutor das atividades;
· Ampliar o conhecimento sobre a fotografia e a fotonovela, explorando as várias sensibilidades que a mesma envolve;
· Acrescer saberes sobre características, figurinos, e personalidades presentes nos personagens;
· Desenvolver o trabalho em grupo e o espírito de liderança nos participantes;
· Oportunizar interação ao grupo por meio de atividades de improvisação teatral;
· Incentivar a leitura e produção em suas várias formas, visual, textual e corporal;
· Produzir uma fotonovela significativa, com a colaboração de todos os envolvidos, como material de fechamento dos encontros, propiciando leitura,   aprendizado e divertimento para os participantes e envolvidos.
Na avaliação, todas essas questões significativas à construção da fotonovela trouxeram a esse grupo de 3ª idade, não apenas experiências visuais, mas um crescimento que valorizou o corpo e a mente. Exercícios corporais e mentais que em alguns casos há muito tempo não se havia praticado, incentivando e valorizando o participante na integralidade do seu ser.

1.2 Experiências no Ensino Médio


Para o Estágio V, presente no VIII nível  do currículo do Curso de Artes Visuais, da Faculdade de Artes e Comunicação da UPF e orientado pelas professoras: Ms. Ilse Ana Vanzin Boeira e Ms. Cilene Maria Potrich, desta vez em ambiente formal de ensino, busquei não mais a fotografia como fio condutor das atividades, como foi relatado na experiência anterior, mas sim a própria fotonovela como eixo gerador de exercícios, propostas e desafios.
Uma turma com 26 alunos da 1ª série do Ensino Médio na Escola Estadual de Ensino Fundamental Antônio Stella. Doze meninos e quatorze meninas com média de idade de 15 anos, em sua maioria de classe média e alguns classe média baixa, foram envolvidos nesse processo.
Um total de 11 aulas de setembro a novembro de 2010, objetivando além de todo o aprendizado, a culminação de uma revista de fotonovelas, com quatro histórias por eles criadas e finalizadas.
A cada aula foram explorados temas que estão incorporados às formas de comunicação, textual, corporal e visual, presentes na fotonovela.
Dentre a atividades marcantes, pode-se destacar:
A visualização dos vários tipos de fotografias, e a experiência do pensar antes de fotografar.
A leitura de fotonovelas, a qual consistiu em uma novidade para esses jovens.
O  desenvolvimento dos personagens foi um exercício feito sobre a própria foto do estudante, impressa em “marca d’água”, desenvolvendo sobre ela um personagem a partir de desenho e coloração. Logo abaixo relatando em um pequeno texto as características físicas e psicológicas, bem como detalhes da vida desse personagem criado.
As expressões corporais foram desenvolvidas em atividades de improvisação, com exercícios para aumentar a percepção de que “o corpo fala”, interpretando personagens próprios e cenas mudas determinadas como: casamento, velório, guerra, balada. Sendo que as mesmas foram por eles fotografadas e iluminadas, para posterior análise, criando assim uma maior noção à hora da interpretação e fotografia da fotonovela.
A história do teatro também foi trabalhada com base no livro “Teatro”, de Raquel Coelho, o qual apresenta um panorama das atividades teatrais ao longo da civilização humana, com linguagem adequada à faixa etária dos estudantes de Ensino Médio.
Exercícios de enquadramentos e iluminação da fotografia, manipulação de máquinas e mídias digitais, refletindo e elaborando antes de obter os resultados, foram o “tom” das aulas. A fotografia hoje, muito difundida pela facilidade da manipulação dos meios digitais, está sendo realizada sem preocupação com resultados básicos, pois no “fotografa e deleta” das máquinas pode-se perder o olhar  mais “aguçado”.
Para a história da arte foram desenvolvidas leituras e visualização de imagens do artista Roy Lichtenstein, o qual trabalhou com a Pop Arte em suas telas, personagens e falas, raptados dos quadrinhos, criticando muitas vezes a cultura de massa.
Em outro exercício foi possível “aguçar” o olhar sobre obras de vários períodos da história da arte com a leitura de imagens. Foram impressos em uma folha frente e verso, dispondo de balões de falas e pensamentos, obras como a “Mona Lisa”, de Leonardo Da Vinci, “Moça ao espelho” de Picasso, “Os Retirantes” de Portinari, “O Impossível III” de Maria Martins, “Medusa Marina” de Vick Muniz, entre outras. As obras  foram visualizadas e analisadas para que cada estudante pudesse relatar um pensamento ou fala condizente com a expressão.
Para encaminhá-los a um bom desenvolvimento da história, foram feitas atividades de revisão dos balões de falas e onomatopéias, iniciado com exercícios de leitura de imagens e se ocupando também de atividades em casa, em que em uma folha de xerox, uma página de fotonovela antiga teve suas falas apagadas, os alunos puderam criar por meio das imagens uma breve história.
Após esses exercícios, enfim os alunos puderam juntar-se em grupos para o desenvolvimento da trama da própria fotonovela. O tema das histórias foi gerado tendo por base o título do livro de contos, do dramaturgo brasileiro, realista,  Nelson Rodrigues,  “A vida como ela é”.
 Quatro grupos foram formados, desenvolvendo histórias que organizaram a revista de fotonovelas “Grande Stella” (ilustração 30).

Ilustração 30 - Revista “Grande Stella”, capa e algumas páginas da atividade
Acervo do autor

Ao fotografar as cenas descritas no story board, saiu-se para além  dos portões da escola, aproveitando os cenários presentes na rua, tornando a atividade muito desafiadora, atrativa, e contagiante. Foram utilizados como cenários: prédios, muros, o museu “Casa do Imigrante Nono Afonso” e até mesmo o cemitério, o qual localiza-se próximo à escola.
A montagem da fotonovela pelos estudantes foi manual, em forma de recorte e colagem, visto que não era possível a edição no computador, pois faltariam condições de infra-estrutura e tempo para essa tarefa. Após uma segunda produção, colorida, para exposição foi feita no computador, respeitando toda construção dos envolvidos.
A revista de fotonovelas foi um sucesso, foi distribuída entre os alunos e obteve grande repercussão, além disso ganhou destaque ao ser incluída no acervo da biblioteca e participar da Feira do Livro de Ibiraiaras como uma atividade da escola, ficando disponível para toda a comunidade escolar, como forma de leitura.
Os processos em ambos os estágios foram muito significativos, visto que todos os participantes se envolveram nas atividades, produzindo significado e aprendizagem em conteúdos da arte, também proporcionando interdisciplinaridade com outras áreas do conhecimento.
SUGESTÕES
2leep.com

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